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THIAGO BOLELLI COSTA
( BRASIL  -  DISTRITO FEDERAL )

Graduado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (FD/UnB). Advogado vinculado à OAB-DF. Ex-integrante do Veredicto- Simulações Jurídicas, Pesquisa e Extensão, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Pesquisador voluntário no Programa de Iniciação Científica (PIBIC) CNPq/UnB durante os anos de 2016-2017, sob orientação da Professora Doutora Janaína Lima Penalva. Atuou como advogado trabalhista no Núcleo de Recurso de Revista da Russomano Advocacia S/S de 2018 a 2019. Atualmente é servidor técnico administrativo da Fundação Universidade de Brasília (FUB - UnB). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito.
Informações coletadas do Lattes em 01/03/2022

CORAÇÕES LIBERTÁRIOS.  Vallisney de Souza Oiveira (org.)   Brasília, DF: Tagore Editora,     2019.  82 p.    ISBN 978085-5325-083-7  HABEAR LIBER – Projeto de Extensão da        Universidade de Brasília (Faculdade de Direito).           Ex. bibl. de Antonio Miranda

Advogado / UnB
( II Concurso )

EU SOU A TERRA

Tenho um interior poético
Que ferve e expele palavras,
Vulcanicamente perigosas,
Em uma sinfonia, frenético.

Continentalmente em devaneios,
Preenchido por uma atmosfera de pensamentos,
Meus tufões de aspirações sequer abalam meus vales de receios
E tampouco movem cumes de preconceitos tortos.

Minhas montanhas de esperança,
Em anseio par atingir os céus
(que anseio para atingir os céus
(que são recantos teus, mas outrora meus),
Desabem em avalanche até onde a imaginação alcança.

Onde era árido, agora há chuva,
Mas chove medo.
Frio.
De repente, os trovões, ensurdecedores, silenciam

O pavor, ao  percolar, se dissolve,
se torna rio, e não mais chove.
Os rios de ansiedade fluem e despencam,
cortantes, lancinantes, incessantes,
descendo planaltos, planícies
e atingindo depressões...

No fim, a inquietude desemboca.
E então cessa.
Virou mar..

Ah! mar!

Todo movimento vira sonho
e cada maré é desejo,
chega à costa, avança e se recolhe, num beijo.
Evaporou-se. O temor, reponho.

Reconhece-me? Sou a Terra.

Já tu, meu amor, és a Humanidade.
Crava teus pés em meu solo,
Navegas por meus desejos sem que eu clame piedade.
Viajando pelos meus ares, apodera-se dos pensamentos de um tolo

Que, como tal, sucumbo às tuas guerras.
Ainda incapaz de satisfazer a todos os teus desejos,
Sou alvo de tuas metas pérfidas
Na graciosa ação de tuas bombas de lampejos.

Poluis meus pensamentos com tua existência.
Ainda assim, amo-te.
Atinge minhas esperanças com astúcia,
Por isso, quero-te.

Amo-te e destróis meu lar em contrapartida.
De fato, este lar é teu também.
Será teu pelo resto da vida,
Sem perguntar se me convém.

*

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Página publicada em julho de 2023